terça-feira, 30 de novembro de 2010

Cálice .


Pai! Afasta de mim esse cálice.

Como beber dessa bebida amarga, tragar a dor, engolir a labuta?! Mesmo calada a boca resta o peito. Silêncio na cidade não se escuta. De que me vale ser filho da santa? Melhor seria ser filho da outra, outra realidade menos morta, tanta mentira, tanta força bruta [...] Talvez o mundo não seja pequeno, nem seja a vida um fato consumado, quero inventar o meu próprio pecado, quero morrer do meu próprio veneno, quero perder de vez tua cabeça, minha cabeça perder teu juízo, quero cheirar fumaça de óleo diesel, me embriagar até que alguém me esqueça .
[Chico Buarque e Gilberto Gil]'

Nenhum comentário:

Postar um comentário